domingo, 23 de março de 2014

MASP - Museu de Arte São Paulo Assis Chateaubriand.

MASP – Museu de Arte São Paulo Assis Chateaubriand


 



         Projetado pela arquiteta Lina Bo Bardi em 1957 e inaugurado em 1968, o edifício levou dez anos de construção, encontra-se na Avenida Paulista, onde os chamados barões do café edificavam, no começo do século XIX, seus palacetes. Situado exatamente no ponto em que a Avenida Paulista cruza com a Avenida Nove de Julho, denominado romanticamente Trianon, ponto tradicional de encontro, com um modesto belvedere e ampla vista sobre a cidade, que ainda esperava pelos seus primeiros arranha-céus.

MASP, vista da 9 de Julho. FONTE:www.arquiamigos.org.br
Trianon, antes da construção do MASP. FONTE: www.ajorb.com.br.


ESTRUTURA DO EDIFÍCIO

  A estrutura, ponto central desta arquitetura, alcança a simplicidade em uma grandiosidade pura, tanto pelas suas dimensões quanto pela clareza de solução. Basicamente, o prédio se divide em duas partes: a inferior, situada abaixo do nível da Av. Paulista e a superior, acima da mesma, separadas pelo grande Belvedere.

Fundação sobre túnel
  A construção do Museu foi desafiadora e peculiar, pois, implantada no maciço que se ergue sobre os túneis da Avenida Nove de Julho, foi necessário, para aprovação do projeto, um estudo meticuloso. A soleira das fundações, do lado esquerdo da obra, no sentido cidade-bairro, situa-se apenas 8m acima da cota superior dos túneis. Como solução estrutural proposta usaram fundações diretas.

A estrutura elevada

  O projeto estrutural está profundamente marcado pelas peças que se erguem acima da Av. Paulista. São apenas quatro grandes pilares, recebendo dois a dois, as quatro vigas protendidas com quase 80 m de extensão. Duas delas suportam a cobertura e, as outras duas, o peso de todo o resto da estrutura. As vigas apoiam-se, em um dos lados, em peças pendulares de concreto, embutidas em pilares que são ocos, próximos à cobertura. Estes pêndulos agem de modo a evitar que os efeitos de dilatação/contração das vigas acarretem na transferência de esforços para os pilares e consequentemente acarretem em momentos fletores.  Na cota +8,40m uma laje nervurada com 50 cm de espessura é suspensa por meio de tirantes de aço, não revestidos, a duas gigantescas vigas de piso, do pórtico, na cota +14,5m.

  A estrutura desse piso, na cota 14,5m é bastante carregada. Além de suportar a laje inferior, foi calculada para suportar uma carga acidental de 5kN/m correspondente ao material e público em situações extremas.
      
 O grande vão

  No nível da calçada, foi condição explícita do projeto que nada deveria ser construído para se ter uma visão ampla da paisagem da Av. 9 de Julho e o ambiente deveria manter os característicos de “belvedere” como a antiga construção do Trianon. Ficam aparentes apenas os quatro pilones ocos de 4 x 2,5m  e as vigas superiores de 2,5 x 3, 5m.

A viga do piso e reações dos tirantes

A enorme viga do piso é oca, com paredes de 25cm e seção externa de 2.5x3.5m.O projeto foi elaborado de tal forma que as reações dos tirantes nas duas faces de grande viga fossem quase iguais, minimizando o efeito de torção, bastante nocivo para um vão de 74m, esta igualdade foi atingida por meio de luvas.


Corte transversal e longitudinal do MASP. FONTE: Acervo do MASP


INGRID M. TRALDI
(R.A. 20028057)

BIBLIOGRAFIA
Acervo do MASP. Dados técnicos.
O Dirigente Construtor. Edição de dezembro de 1964.
http://www.lmc.ep.usp.br/disciplinas/pef2401/2007/Trabalhos/T1/Apresenta%C3%A7%C3%A3o_MASP.pdf
http://www.arquiamigos.org.br/info/info34/img/1967-000187.jpg

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